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Princípios Educativos

Concepção de infância e criança

Não é possível falar em apenas uma infância, é preciso falar sobre infâncias no plural, respeitando a diversidade das culturas locais em que estão inseridas as crianças nas diversas regiões do Brasil (Currículo Paulista de Educação Infantil, 2019, p.35) 

Do ponto de vista do desenvolvimento, as infâncias se caracterizam por intensos processos que envolvem fatores cognitivos, físicos, sociais, espirituais, estéticos, afetivos, culturais e linguísticos.

Essa fase da vida não pode ser vista como estanque, mas como processo que produz marcas constitutivas da subjetividade, instituindo modos de ser, de estar e de agir no mundo, instrumentalizando os sujeitos para lidar com seu próprio processo de desenvolvimento, considerando questões identitárias e de pertencimento, que envolvem a resolução de demandas complexas da vida cotidiana. (Currículo Jundiaiense de Educação Infantil, 2022, p.20) 

Quando falamos da concepção de criança, a criança é produto e produtora de cultura, sujeito histórico, potente de direitos e protagonista no processo educativo, aprende e se desenvolve por meio das interações e das brincadeiras vivenciadas e experimentadas nos diversos ambientes. (Currículo Jundiaiense de Educação Infantil, 2022, p.20).

As cem linguagens

As cem linguagens é um termo utilizado por Loris Malaguzzi, na tentativa, de exemplificar a complexidade das crianças, na medida em que elas estão imersas em um universo de descoberta, de espanto, de curiosidade, de fantasia, enfim, de relações e experiências com a vida.

A escuta

Escutar é estar atento aos outros e ao que eles têm a nos dizer, de forma sensível, se conectar à eles. É considerar os sujeitos que estão ao nosso redor como aqueles que contribuem para a investigação partilhada de cada um, por meio da valorização de suas experiências.

A escuta demanda tempo, um tempo cheio de silêncios e pausas. Escutar como metáfora para a abertura e a sensibilidade de ouvir e ser ouvido, com todos os sentidos. (Rinaldi, 2014).

A prática democrática

A prática democrática está vinculada ao compromisso político, a participação dos cidadãos e a tomada de decisão coletiva, que pode possibilitar que uma comunidade tenha responsabilidade sobre suas crianças e sua educação, responsabilidade não só pelo atendimento da oferta, mas também pela qualidade.

Pesquisa

A pesquisa é o valor que orienta os processos de conhecimento e, consequentemente, de formação. A pesquisa participada entre adultos e crianças é prioritariamente uma práxis do cotidiano, um comportamento existencial e ético necessário para interpretar a complexidade do mundo, dos fenômenos, dos sistemas de convivência e é um potente instrumento de renovação da educação.

Documentação

A documentação pedagógica “é um processo que torna o trabalho pedagógico visível e passível de interpretação, diálogo, confronto e compreensão.” (RINALDI, 2012, p. 45). Nesse processo de documentar evidencia-se a ética do encontro, as possibilidades da escuta, do diálogo e da reflexão.

Projetação

A projetação é uma estratégia de ação e pensamento que rompe com a ideia de programação e, por consequência, de soluções definitivas e de aprendizagem com atividades individuais, frutos de uma didática fechada, atrelada ao modelo tradicional de formação de educadores e de organização da ação pedagógica. (BORGES, 2018)

A investigação

A investigação representa uma das dimensões de vida essenciais das crianças e dos adultos, uma tensão cognitiva que é reconhecida e valorizada. O princípio investigativo utilizado nas propostas para as crianças e pelo professor favorecem o protagonismo infantil, bem como a expressão subjetiva da criança, a pesquisa e a criatividade.

Política pública de continuidade

A criação do CIEMPI se dá para solidificar um patrimônio da cidade de Jundiaí levando em consideração a sua história desde o início do surgimento da fábrica de tecidos “Argos” que potencializou o crescimento da cidade e de sua população, transitando como espaço educacional, onde educadores trabalharam e crianças estudaram e que se cristaliza em um centro de memória com a missão de perpetuar a história da cidade, bem como as suas transformações nos aspectos educacionais, configurando-se como política pública de continuidade. Desta forma, são objetivos:

I – Defender a infância e a escola como indispensáveis à constituição da sociedade, concebendo- as como um projeto coletivo;

II – Difundir e potencializar o conceito de Cidade das Crianças;

III – Potencializar a Educação Infantil para romper com as práticas “escolarizantes” que não valorizam o protagonismo das crianças;

IV – Assegurar a continuidade do trabalho realizado na transição da Educação Infantil para o Ensino Fundamental, em especial, do brincar, considerando as especificidades de cada segmento;

V – Promover a participação dos envolvidos nas políticas da infância: crianças, famílias, profissionais, estudantes, pesquisadores e governantes;

VI – Promover a ruptura de paradigmas e escolher novos caminhos – da sociedade excludente – que nomeia, classifica, categoriza e normatiza – para uma sociedade inclusiva e acessível.